"A DRGE é a condição que se desenvolve quando o refluxo do conteúdo gástrico provoca sintomas e/ou complicações." – Consenso de Montreal, 2006.
• A pirose (azia) é o sintoma mais comum e pode ser definida como uma sensação desconfortável em queimação que ocorre no peito, podendo irradiar para região do pescoço.
• Regurgitação do conteúdo gástrico (refluxo passivo) para o esôfago, podendo atingir a boca (não é vômito).
• Disfagia (dificuldade para engolir).
• Outros sintomas atípicos podem ocorrer: dor torácica, rouquidão, pigarro, dor de garganta, tosse crônica, erosão dental e, eventualmente, asma.
Muitas pessoas sofrem com a DRGE até que as causas do problema sejam identificadas, já que, existem múltiplas causas para cada um dos sintomas da DRGE.
A DRGE é causada pelo funcionamento inadequado do esfíncter - esse músculo se localiza na junção do esôfago e do estômago e funciona como uma válvula – quando tudo está funcionando em perfeita sincronia essa válvula se abre quando engolimos para que o alimento se dirija do esôfago para o estômago, então, ela se fecha e funciona como uma barreira para que o alimento não faça o caminho inverso.
Nos pacientes com DRGE, o esfíncter se fecha, mais relaxa mais frequentemente pós-alimentação a assim o alimento faz o caminho de volta (refluxo), podendo causa a regurgitação e a sensação de pirose (azia).
A maioria das pessoas não apresenta uma razão óbvia para ter refluxo. Porém, existem muitos fatores que contribuem para o surgimento da DRGE:
• Estresse;
• Obesidade;
• Cigarro;
• Uso de bebidas alcóolicas;
• Uma dieta muito calórica e/ou gordurosas;
• Consumir bebidas com gás;
• Hérnia de hiato – Alteração anatômica facilitadora da DRGE.
Atenção! A ausência de hérnia de hiato não exclui a DRGE.
• Mudar completamente seu estilo de vida – comer menos, evitar bebidas com gás, parar de fumar, reduzir álcool e cafeína, alimentos ácidos, condimentados ou gordurosos, alimentar-se algumas horas antes de se deitar e dormir com a cabeceira elevada durante a noite.
• Medicação – se os sintomas forem intensos ou persistirem após ter mudado seu estilo de vida, o melhor mesmo é entrar com algum tipo de medicação oral.
• Inibidores das "bombas de próton": Omeprazol, pantoprazol. Lansoprazol, rabeprazol ou esomeprazol.
Esses medicamentos alteram a acidez do conteúdo refluído do estômago, o que, em muitos casos, essa redução da acidez já é o suficiente para melhorar os problemas causados pelo refluxo.
A cirurgia é uma opção para o alívio dos sintomas da DRGE.
A cirurgia só é indicada quando os exames e todo tipo de tratamento já foram realizados, sendo uma opção ao tratamento clínico.
Não existe nenhuma indicação absoluta para cirurgia da DRGE. Muitas pessoas não querem passar a vida toda tomando medicamento e sofrendo com seus efeitos colaterais, por isso, elas optam pela cirurgia.
Muitos testes são realizados para que os médicos possam avaliar se o paciente está apto ou não para se submeter a esse tipo de cirurgia. Esses exames são realizados para:
• Verificar as consequências da DRGE (endoscopia, radiografias do esôfago);
• Correlacionar o refluxo e seus sintomas (pHmetria e ImpedanciopHmetria esofágica);
• Avaliar se há outro tipo de patologia que causa os mesmos sintomas (manometria esofágica).
Todos os pacientes são submetidos a uma endoscopia digestiva. Exames adicionais incluem o teste do pH com ou sem impedância e a manometria esofágica. Dessa forma, além dos sintomas, o médico poderá analisar todo estágio evolutivo da doença.
Endoscopia Digestiva: é realizada através de um tubo fino e flexível com uma câmera acoplada. É introduzido pela boca e através do nosso sistema digestivo para que as condições do esôfago, estômago e do duodeno (uma pequena parte do intestino) sejam avaliadas. Esse procedimento, geralmente, é feito com sedação. O objetivo da endoscopia é avaliar os danos causados pelo refluxo ao paciente, avaliar a integridade dos órgãos do sistema digestivo e identificar se existe alguma outra doença. O ácido gástrico refluído para o esôfago pode causar úlcera esofágica, esofagite erosiva, estreitamento do esôfago e alterar o revestimento do esôfago (esôfago de Barrett).
Biópsias podem ser feitas durante o exame.
pHmetria Esofágica: esse exame é realizado através de um fino cateter que é introduzido na narina. Sensores presentes nesta sonda detectam e registram episódios de refluxo ácido. É um teste de grande valor prognóstico, pois determina se o sintoma é causado pelo ácido refluído.
A pHmetria associada à impedância (ImpedanciopHmetria esofágica) analisa a quantidade certa de refluxo produzida por seu paciente independente da acidez. Esse exame mostra se o refluxo esofágico é ácido ou não ácido. É o melhor exame para casos que o tratamento clínico não funciona e para tentar correlacionar sintomas atípicos e refluxo (por ex: tosse crônica).
Manometria Esofágica: a manometria esofágica analisa as contrações do esôfago. Esse exame é realizado para verificar se os movimentos dos músculos do seu esôfago estão em sincronia. É exame obrigatório no pré-operatório da DRGE, pois exclui outras doenças do esôfago que podem piorar com a cirurgia.
A cirurgia para DRGE é conhecida como cirurgia antirefluxo e é realizada através de um procedimento denominado laparoscopia. A técnica de cirurgia antrefluxo mais utilizada no mundo é conhecida pelo nome de fundoplicatura, tendo várias denominações de acordo com a variação técnica.
Esse tipo de cirurgia é realizado com o objetivo de conter o refluxo. A hérnia de hiato é tratada quando presente e um reforço do músculo que funciona como barreira para impedir o refluxo gastroesofágico é realizado com o uso do fundo do estômago. Assim, é recriada o mecanismo antirefluxo.
• Fundoplicatura à Nissen – a vávula criada com o fundo do estômago envolve toda a circunferência do esôfago.
• Existem várias outras técnicas para realizar essa cirurgia (válvulas parciais), porém são utilizadas em situações especiais.
• Sempre que possível, utilizamos a via laparoscópica (visualização da cavidade abdominal por meio do laparoscópio). É utilizado um tubo fino e longo, acoplado com uma câmera e outros instrumentos.
No bloco cirúrgico, após a anestesia, a câmera e os instrumentos são inseridos no abdômen dos pacientes através de buraquinhos muito pequenos.
A operação é realizada na cavidade abdominal com o auxílio das imagens transmitidas pela câmera.
• Menos invasiva
• Um pós-operatório menos dolorido
• Curta permanência no hospital
• Retorno rápido ao trabalho
• Cicatrizes pequenas
• Menos risco de infecção ou do surgimento de hérnias.
Nesse caso, é feita uma incisão na parte superior do abdômen (laparotomia), porém o procedimento inicialmente proposto será o mesmo (fundoplicatura).
• Os pacientes ficam internados por um período que pode variar de 1 a 3 dias.
• Durante a internação os médicos observam se o paciente apresenta náusea, se ele é capaz de ingerir líquidos, na quantidade suficiente, para que não apresente um quadro de desidratação em seu domicílio.
• Geralmente, a dieta nos primeiros dias é leve e na consistência pastosa.
• Os especialistas recomendam que a ingestão de alimentos sólidos seja feita gradativamente.
• A prescrição alimentar vai acontecer de acordo com a evolução do quadro.
• A cirurgia segura e eficiente.
• Após a fundoplicatura há dificuldade de engolir, arrotar e ocorre aumento gases abdominais. Geralmente tudo se resolve completamente em até 12 semanas.
• Perda de peso de 5 a 10 kilos.
• Em longo prazo, algumas pessoas relatam que não conseguem vomitar, flatulência e diarreia.
Após três meses, raramente a disfagia (dificuldade para engolir) ainda está presente, mas nesses casos pode exigir tratamento por endoscopia ou nova cirurgia.
• A maioria dos pacientes relata satisfação com a cirurgia, devido a redução dos sintomas e melhor qualidade de vida.
• A maioria das pessoas deixa de tomar medicação (85% em 3 anos e 70% em 10 anos não usam medicação devido à DRGE).
• A obesidade é uma das grandes causas da DRGE.
• Perder peso facilita o tratamento dessa doença.
• E antes de se submeter à cirurgia pacientes com obesidade devem primeiro fazer uso de medicamentos.
• A cirurgia é mais trabalhosa em pessoas com IMC maior que 30 (obesidade grau I).
• Nos casos de obesidade grau II e III e DRGE, os médicos podem optar por cirurgia bariátrica.
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